Resumo da Postagem:
Como as Redes Sociais proporcionaram um ambiente favorável para as práticas de estelionato e outras irregularidades no país.
Da esquerda para a direita: Daniele Stuart, Natalia Becker e Henrique Chagas. |
Sobre as Redes: Natalia Becker e a responsabilidade das Redes Sociais.
Em era de Redes Sociais, número de seguidores e engajamento virou status
Não basta você ser algo. Basta apenas você parecer que é algo.
E assim, o Brasil acompanha o caso de Natalia Fabiana de Freitas Antonio, conhecida nas redes como Natália Becker, que se passava por esteticista e aplicou peeling de fenol em Henrique Chagas, de 27 anos, e acabou provocando a morte do empresário.
As informações que surgem, uma atrás da outra, são estarrecedoras!
Não há registros de Natalia Becker na Associação Nacional dos Esteticistas.
O curso que Natalia fez para aplicar o peeling de fenol foi um curso on-line.
Ela estava fazendo o procedimento desde o final de 2023.
Mas o fato de ela não ter formação registrada na Associação dos Esteticistas e nem um diploma ou um certificado de conclusão de formação profissional para aplicar a técnica...
Nada disso impediu que Natalia Becker pudesse inflar a sua Rede Social com mais 200 mil seguidores, mostrar resultados dos seus pacientes e atrair novos clientes, tendo como prova seus números - que podem ser conseguidos de maneira simples: basta você pagar para o próprio Instagram para impulsionar suas redes a fim conseguir novos seguidores - e assim, cometer suas práticas de maneira irregular ao ponto de levar uma vida ao óbito.
Natalia, por sua vez, adquiriu o curso com a farmacêutica Daniele Stuart, que vendia o curso ensinando como aplicar peeling de fenol em sua plataforma com mais de 18 mil seguidores. De acordo com a defesa de Daniele, o curso já foi acessado por 3.000 pessoas, que Daniele não tem como controlar quem acessa o curso e que não houve nenhuma reclamação.
E aí é que entra a responsabilidade das Redes Sociais.
Um procedimento médico está sendo vendido de maneira irrestrita usando-se as Redes Sociais sem absolutamente nenhum critério.
Qualquer curso de qualificação pede que a pessoa apresente previamente comprovantes de sua formação na área.
Mas em era de internet, se você quiser aprender, basta você acessar o curso de qualquer profissional, ou qualquer um que se auto intitule profissional - uma vez que as redes sociais não pedem qualquer comprovante para perfis pessoais - que você acha.
Por isso, meus queridos, é que a sociedade precisa da regulamentação. Por isso, para se ensinar algo, é necessário apresentar sua competência para isso em que apenas a graduação em bacharelado não é suficiente a depender dos casos: é necessário licenciatura, mestrado e doutorado a depender da área, e a coisa precisa ser ainda mais séria na área da saúde, uma vez que coloca em risco a saúde das pessoas e pode ocasionar, como o caso citado, o óbito de alguém.
Porém, isso não está acontecendo.
Na era do Marketing Digital, a regra é: o que você pode ensinar para as pessoas? Crie um curso.
Crie um curso e venda nas Redes Sociais.
As Redes Sociais, por sua vez, não fazem uma simples averiguação para garantir se aquele curso não está infringindo nenhuma lei. Já pensou eles pagarem alguém para aprovar se o curso pode ou não ser veiculado na plataforma? Jamais!
Agora, se uma escola, instituição ou afins ensina determinada atividade sem ter uma estrutura, profissionais e autorização, o que é que acontece mesmo?
Exatamente! Todos os envolvidos são responsabilizados... isso inclui prefeitura se tiver liberado alvará.
Ou seja, se Daniele não pudesse vender seu curso, Natalia não teria comprado e Henrique possivelmente estaria vivo.
Mas as Redes Sociais, que proporcionam um ambiente muito confortável para qualquer tipo de estelionato ou outro tipo de irregularidade, passam ilesas da situação.
Vocês, para além dessa postagem, viram alguém levantando o debate sobre a responsabilidade das Redes Sociais neste ou outros casos?
Pois é... nem eu!
E assim, eles vão passando incólumes, preocupando-se apenas em seus voluptuosos lucros, enquanto nós contabilizamos os óbitos.
Fontes:
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