Rio de Janeiro, Natacha Macsan.
SOBRE AS REDES: A TEORIA DA INTERNET MORTA.
A teoria da internet morta já circula há pelo menos 10 anos na internet e com as automações, os chamados bots ou robôs, e agora com a Inteligência Artificial, as IA, a teoria toma ainda mais força.
Mas o que diz a teoria da internet morta?
A teoria diz que a internet já não é mais um espaço construído por pessoas, mas, sim, robôs, automações e eles já são em média 50% das interações. Ou seja, em breve, a internet será dominada por conteúdos automatizados e não mais por pessoas.
- A INTERNET MORREU E ESQUECEMOS DE ENTERRAR? Ronaldo Lemos, Folha de S. Paulo.
Na era em que número de seguidores, curtidas e likes, nós sabemos que estes números importam. Porém, não tem como saber se esses números são de pessoas reais, afinal, não há um controle sobre isso nas redes sociais.
Em tempos de pós-verdade, realidades forjadas valem mais mais do que a realidade real.
Acontece que algo que já foi comprovado é que sem a interação humana, a Inteligência Artifical não consegue produzir conteúdo realístico usando como base o que já criado anteriormente com Inteligência Artificial. Ou seja, a fim de criar algo natural, ou seja, aquilo que é produzido pela natureza - e daí temos pinturas, literatura, música - a base para a criação feita pela Inteligência Artificial precisa, necessariamente, passar pela interação e orientação humana, caso contrário, se a IA alimentar apenas da própria inteligência, as IA's simplesmente emburrecem.
Nas redes sociais, a fim de sanar o problema produzido pelas próprias redes sociais, que é a necessidade de criação de conteúdo exaustiva e, por consequência, a necessidade da interação, tem se usado IA para criar conteúdo de maneira autônoma e quanto mais conteúdo a IA produz, mais bizarras elas vão ficando.
Isso também serve para as interações. Como esses perfis automatizados usam de bots para gerar engajamento, o bot que cria está se respaldando no bot que comenta.
Claro que por trás disso há toda uma indústria do enriquecimento ilegítimo que, de novo, quem pariu essa aberração foram as próprias plataformas incentivando e remunerando aqueles que criam quantidades absurdas de conteúdo que quem cria de maneira orgânica sabe muito bem que não é viável sozinho. Um vídeo para o YouTube leva horas para ser criado contando a criação da ideia, roteiro, gravação e edição. Mesmo um vídeo mais curto para o Tik Tok pode levar até uma hora para ser editado caos você queira uma edição melhorada, como remover as pausas no vídeo, inserir legendas... Aqui no blog, por mais que eu tente fazer alguma postagem um pouco mais rápida, não leva menos que 1h... Levei 5h formulando, editando, criando thumbnail, inserindo as fontes de uma única postagem. Tudo isso nos leva a limitações que precisam ser respeitadas, mas que a corrida insana das redes sociais tem promovido este ambiente tóxico em que, no fim das contas, tem se dado melhor aqueles que não criam, mas pegam o já criado ou usam de IA para gerar conteúdo e interação e inflar seus números, recebendo muito mais do que aqueles que estão efetivamente colaborando para a construção de uma realidade virtual de pessoas reais.
Por óbvio que uma hora vai dar muito ruim!
Porque robôs criam conteúdo e engajam, mas não compram, não usam, não fazem circulação de moeda...
Há um tempo que eu vinha pensando sobre isso. Redes Sociais de vídeos, principalmente vídeos, ao invés de ficarem incentivando a criação insana de conteúdo, deveriam vetar para 1 conteúdo por dia. Estamos gerando muito lixo virtual, vídeos não agregam em nada e que as pessoas estão fazendo apenas para cumprir as metas nada razoáveis das redes socais que não fazem nem o mínimo de entregar as suas postagens para os seguidores que estas pessoas conseguiram (elas querem que você pague). Nessa história, quem se dá bem é quem cria conteúdo automatizado ou aqueles que agem como robô criando vídeos iguais que não agregam valor em anda. Esse tipo de comportamento estraga até a performance dos algoritmos que precisam ser atualizados com regularidade quando a plataforma começa a receber um alto fluxo de postagem inútil e que não sabe o que fazer com aquilo.
Um bom exemplo disso é que há pouco tempo atrás, o vídeo com o maior número de curtidas do Tik Tok era um vídeo de uma tigela de morango sendo recheada com chocolate.
Não se enganem, amigos: o algoritmo não está mais dando conta com uma plataforma saturada de lixo.
Na verdade, plataformas como Kwai e Tik Tok usaram e muito o serviço de bots para atrair criadores para as suas plataformas. Me lembro muito bem dos perfis com nomes asiáticos me seguindo assim que criei conta no Tik Tok há muitos e muitos anos, assim que lançou aqui no Brasil, e ainda hoje é possível ver comentários aleatórios nos vídeos postados.
É, amigos... estão querendo nos enganar!
CRIAÇÃO DE FAKENEWS:
Para piorar, esses bots são especialmente perigosos, porque criam uma série de fakenews que acabam gerando uma desinformação em uma sociedade em que muitos ainda não tem o discernimento de diferenciar o que é real, do que o que é mentira.
Desde as eleições de 2018, a quantidade de fakenews que circula nas redes foi tão prejudicial que afetou a eleição e até em outras áreas mais sensíveis da sociedade como a questão sanitária.
Com um surto de um vírus mortal circulando, como foi o caso da COVID-19, popularizou-se também o perigoso movimento antivacina que não prejudicou apenas na vacinação contra a COVID, mas também a vacinação contra outras doenças igualmente letais, como a poliomielite que, graças uma excelente campanha de vacinação das crianças, havia sido erradicado aqui no Brasil... mas não é mais!
Elon Musk havia dito que lidaria com os perfis falsos do antigo Twitter e agora X, mas ele não só não lidou com bots e contas falsas, como tem se beneficiado diretamente disso.
O banimento de contas falsas poderia afetar o próprio Elon Musk. Desde que comprou a plataforma, o número de seguidores de Elon Musk saltou de 80 milhões para 181 milhões. Contudo, em agosto de 2023, quando esse número girava em torno de 153 milhões, uma análise de dados encomendada pelo site Mashable constatou que 72% (112 milhões) de seus seguidores eram seguidos por menos de 10 pessoas e 42% (65,3 milhões), por ninguém. Se tratando de uso, 41% (62,5 milhões) sequer haviam feito uma única postagem. Ainda, em torno de 25% de todos os seguidores de Musk (38 milhões) nunca haviam trocado a imagem padrão oferecida a contas novas. A pesquisa concluiu que uma parte significativa dos seguidores de Musk eram contas falsas, usuários inativos ou "lurkers" (usuários que apenas consomem conteúdo e nunca postam). (Fonte: TERRA).
Como eu disse, os números é que importam e não saber se por trás daqueles perfis, há pessoas ou não, desde que as aparências enganem, está tudo certo.
A preocupação ainda aumenta em ano de eleição em que esse tipo de artifício causa um grande caos social, interferindo diretamente na esfera política e social da vida real e é algo que já gerando preocupações no mundo todo, principalmente com o avanço de deepfaces (criar vídeos realistas usando a imagem de pessoas) com as IAs.
Abaixo deixo o vídeo que acabou me motivando a trazer esse debate para vocês e que tem maiores informações complementares. Se quiserem saber mais sobre A TEORIA DA INTERNET MORTA, há varias matérias disponíveis na pesquisa do Google:
@sodremat inteligência artificial se retroalimentando e a teoria da internet morta #cultura #tecnologia #ia #ai #politica #internet ♬ original sound - matheus sodré
Me conta se vocês já sabiam sobre a TEORIA DA INTERNET MORTA e o que vocês acham disso nos comentários.
A gente se vê na próxima postagem.
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