Rio de Janeiro

Natacha Macsan

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Sobre As Redes: O Embargo dos Direitos Autorais.

Como os amigos já devem saber, eu sou musicista, canto, toco violão e, atualmente, tenho feito lives todos os dias nas plataformas Stream: YouTube, Facebook, Twitch e alternando os dias entre Instagram, Tik Tok e Kwai - já que eles não disponibilizam chave Steam para fazer Stream Multiplataformas, que é como eu faço no Youtube, Facebook e Twitch simultaneamente.

Apesar de eu não ter, até o momento, nenhuma das minhas lives derrubadas, uma vez que tenho feito cover, ou seja, toco música de outros intérpretes, ainda assim não estou podendo criar conteúdo em cima de conteúdo; não posso, a partir das minhas lives, criar Shorts no YouTube, por exemplo, e fico me perguntando se o meu conteúdo tem sofrido algum tipo de sanção por eu estar tocando e tocando música de outras pessoas, afinal, é necessário dividir o repasse para o YouTube e os detentores dos Direitos Autorais e eu, a criadora, embora eu não esteja recebendo nada, uma vez que meu canal não está apto a ser monetizado (e, gente, como que faz isso? 4.000 horas é muito tempo de horas visualizadas, eu tô muito longe de bater essa meta, enfim...).

Eu concordo plenamente que seja necessário dividir os direitos autorais, claro, isso é benéfico e ajuda os compositores e profissionais envolvidos naquela produção musical, mas uma coisa que também aconteceu, é que o YouTube colocou que os Direitos Autorais foram reivindicados por artistas que eu não toquei! Ou seja, tem gente ganhando que não deveria estar ganhando. E, outro problema, é que tem obras que recebem embargos - seja por decisão do autor da obra, seja pela sua gravadora - e que, só porque eu toquei aquele artista, eu fiquei com a live inteira comprometida, o que me leva a conclusão de que não é mais vantajoso tocar músicas de outras pessoas; mas observe o impacto disso:

O Cover é muito bom na indústria da música, porque ele proporciona a reciclagem dessas obras que já não estão mais no auge do sucesso. Uma vez que os demais artistas - afinal, não só os músicos vivem de música, tem também os dançarinos, os Dj's etc -, ao tocarem aquela obra em suas apresentações, proporcionam o ressurgimento da obra na vida das pessoas. Ora, se eu toco uma música que você gosta muito, você, sentindo a vontade de ouvir, vai ouvir a minha versão Cover ou vai buscar a versão original? A versão original, certo? Por isso que o Cover é uma parte importante e relevante da indústria fonográfica.

Só que quando começam esses embargos, a situação começa a ficar muito desgastante. Você pode pensar "ah, você está pagando o artista para tocar a música dele?" e eu te respondo na mesma medida "não. E nem ele está me pagando para tocar a música dele", uma vez que gasta-se uma fortuna para a divulgação das obras musicais. É muito caro mesmo!

Só para vocês terem ideia, assim que começou a ter esse problema com Direitos Autorais, o YouTube teve que derrubar muito, mas muito vídeo mesmo. O que tinha de vídeo meu salvo da galera da dança que foi derrubado... foram muitos. Assim que surgiram o Tik Tok e o Kwai, era impossível upar vídeos com Direitos Autorias, eu mesmo tive dificuldade em upar a MINHA PRÓPRIA MÚSICA, só para vocês terem ideia. Então, os criadores de conteúdo passaram a trabalhar usando os áudios com Direitos Autorais liberados e foi assim que vários artistas independentes começaram a ganhar uma enorme notoriedade; enquanto isso, como eu disse, as produtoras e gravadoras pagando uma fortuna para divulgar as músicas... e a galera independente ganhando notoriedade de maneira orgânica. Percebendo a força que tinham as Redes Sociais, rapidamente as gravadoras não só liberaram o uso das músicas, como isso passou a ser quase uma obrigação dos artistas. Quem não lembra da constrangedora dancinha que a Paula Fernandes teve que postar no Tik Tok para promover a música dela? Coisa que foi muito mal vista pelo público em geral, pontua-se.

Então, estão vendo como permitir que as pessoas usem as obras de maneira livre é benéfico para todos os envolvidos no processo? 

Antes, os detentores dos Direitos Autorias alegavam que suas obras estavam sendo usados por criadores que propagavam discurso de ódio - foi esse o argumento deles para os embargos -, mas a quantidade de pessoas que usou as músicas de maneira propositiva foi infinitamente maior do que as que usaram para discursos de ódio, nem dá para comparar. E aí, ao invés de exigir que a plataforma derrubassem esses conteúdos, afinal, vai contra as diretrizes da comunidade, eles simplesmente puniram todos, os majoritariamente bons e os ínfimos ruins.

Para mim, tudo isso é uma maneira não inteligente de pensar. É óbvio que quanto mais pessoas tiverem acesso à sua obra, seja em que formato for, mais elas vão propagar essas obras para um novo público que, de repente não conhecia aquela música, ganhando novos adeptos; mas, a partir do momento que você começa com esses embargos, e trava a obra, o que você acha que vai acontecer? Ela vai cair no esquecimento, afinal, ninguém toca, ninguém divulga, ninguém propaga.

Sabendo dessas coisas todas que eu disse, a minha decisão é, a partir de agora, tocar somente as minhas músicas. Em primeiro lugar, que era o mais lógico a ser feito mesmo. Em segundo lugar, para quê que eu vou ficar perdendo meu tempo aprendendo uma música nova para, no fim das contas, receber restrições na minha live? Por que pegar músicas novas ao invés de produzir novas músicas minhas?

Logo, não tem mais por que eu continuar insistindo em tocar música dos outros.

Cabe ressaltar aqui, que não são todas as gravadoras ou artistas que promovem esses embargos, porém, como eu não tenho como saber quem são eles - e, sim, já perguntei pro YouTube e tudo mais -, não me resta escolha a não ser tocar a música de mais ninguém a não ser a minha. Ou seja, essa galera do mal ainda por cima prejudica os outros que nada tem a ver com isso, uma vez que, por causa destes, eu vou deixar de tocar a dos outros também.

E você, o que acha disso? Me conta nos comentários e a gente se vê na próxima postagem.

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