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Folhetim: "A Colmeia" - Capítulo 19.
Olhando pela janela do seu quarto, que dava uma ótima visão do território da Colmeia, a anciã refletia sobre os eventos que se passaram em sua vida.
"Nós continuamos cometendo os pequenos mesmos erros, vez após vez". - pensava.
Foi até a sua cômoda e pegou um diário onde estava boa parte da sua biografia e trajetória, seus segredos e pensamentos mais profundos. Sempre pensou se valeria a pena manter um documento daquele tipo, que poderia ser tão perigoso, ainda mais, sendo ela uma das figuras mais importantes daquela nova estrutura social.
Sim, ela manteve, porque a ela só pertence o presente, o futuro ninguém sabe o que pode ser e somente por meio dos símbolos que a história pode ser contada. Arquivos digitais, são sensíveis, eles podem simplesmente desaparecer sem deixar nenhum vestígios e a história da humanidade ser apagada por um gigantesco um erro aleatório qualquer, afinal, o digital é abstrato e o digital é concreto. Por isso, que manter suas memórias em um diário era primordial para garantir que partes valiosas da jornada pudessem ser mantidas, mesmo que sendo memórias de um único indivíduo e mesmo que essas memórias pudessem implicar, no futuro, uma visão até distorcida de como era aquela realidade de fato, afinal, uma única pessoa não corresponde com o todo.
Olhou para seu diário e pensou. "Estou realmente muito cansada". Mais uma situação desafiadora estava por vir, decisões difíceis, drásticas. A alma dela já não suportava, havia peso demais na sua trajetória. A quem restará a difícil tarefa que se é ser o carrasco? Quais são as consequências de quem carrega para si esse fardo?
Deitou-se na cama, com o diário em cima da sua barriga e as mãos apoiadas em cima do diário.
"Eu já fiz o que eu pude. Chegou minha hora de descansar,"
E ali, entrou no sono eterno.
----- Fim do Capítulo 19.
Plágio é crime previsto pela Lei 9.610/98 e medidas cabíveis serão tomadas em caso de apropriação indevida.
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