Se você ainda não leu o Capítulo 9, clique aqui. Para começar do Capítulo 1, clique aqui.
"A Colmeia" - Capítulo 10
A Colmeia é uma colônia composta por uma sociedade composta exclusivamente feminina. Essa sociedade foi pautada nos modelos iguais aos da abelha, que fora considerada pelos biólogos a sociedade animal mais bem estruturada e organizada. As abelhas fêmeas, no decorrer da sua evolução, perceberam que após cumprirem a sua função reprodutora, os zangões perdiam a sua função naquela sociedade e passavam a virar um fardo, pois não contribuíam com a estrutura social, mas precisavam ser alimentados. A fim de evitar ter que carregar esse peso, após a cópula com a Abelha Rainha, os zangões eram expulsos da Colmeia e não podiam mais retornar. O resultado disso, é que eles morriam de fome. Ora, se as abelhas haviam evoluído a ponto de organizar toda uma estrutura social bem organizada, que inclui até engenharia e arquitetura, divisão clara de funções e deveres, porque os zangões não evoluíram para se encaixar no modelo sustentável e, após cumpridas as suas funções, não desenvolveram outras habilidades a fim de se encaixarem naquela sociedade e garantirem a sua sobrevivência? Talvez, porque seria preferível morrer mesmo a ter que colaborar. A cópula era o ápice da sua vida, para que viver a mais? Suas funções já não foram cumpridas? Preferiam morrer a ceder; morrer a colaborar; morrer a se encaixar, a ser útil. Essa pode ser uma das interpretações para esse fenômeno.
Com o passar da evolução da espécie humana, os machos dessa espécie começaram a se acomodar à sua situação. Como as fêmeas passaram a trabalhar fora do ninho, o que se esperava é que as tarefas divididas gerassem mais conforto tanto para a instituição familiar, como para a social; mas com o decorrer do tempo, não foi isso que aconteceu. O comodismo transformou os machos daquela espécie em pesos mortos e disfuncionais. Não foi do dia para a noite. Esse aspecto favorável de ambiente propício permitiu que eles começassem a virar um incômodo e ainda vinha com agravantes. A força superior deixava vulneráveis fêmeas e infantes daquela espécie, e ainda atenuava o fator de perversão e crueldade que assolava os mais fracos. O Darwinismo explica a sobrevivência do mais forte, mas força não é necessariamente a força bruta em uma espécie dotada de inteligência e capacidade analítica. Outros fenômenos estavam ocorrendo de maneira análoga: a estrutura física das fêmeas estava mudando. Em virtude da sua função reprodutora, as fêmeas da raça humana, possuíam a parte inferior dos membros mais avantajados, para para realizar os partos; porém, a parte superior dos seus membros se atrofiou durante a evolução, porque elas foram tolhidas das funções que exigiam mais força física, o que as deixou não apenas mais vulneráveis, como mais dependentes dos machos de sua espécie. Conforme elas foram retomando as atividades que exigiam mais de seus corpos, passaram a desenvolver igualmente parte superior e inferior do corpo e não havia mais diferença física entre macho e fêmea àquela época, pelo contrário, passaram a se tornar mais fortes do que eles. Como os machos começaram a ficar cada mais disfuncionais na sociedade que ainda resguardava resquícios de um modelo obsoleto projetado em uma estrutura chamada "patriarcado", as coisas foram ficando cada vez mais insustentáveis e aquela situação estava deixando em desconforto muitas delas, especialmente as que procriavam apenas fêmeas. Como submeter a sua cria àquela situação de exploração desnecessária? Se não eram úteis, se a procriação era o único conveniente carregado pelos machos e se a tecnologia já permitia procriações assexuadas, qual o propósito de manter aquele modelo social?
Era uma semente... uma única semente! Que foi tomando forma.
------ Fim do Capítulo 10.
Plágio é crime previsto pela Lei 9.610/98 e medidas cabíveis serão tomadas em caso de apropriação indevida.
Para ler o Capítulo 11, clique aqui.
Comentários
Postar um comentário