Natacha Macsan
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Saiu a notícia de que o Zuckerberg não compõe mais a lista dos 10 mais ricos do mundo (para ler, clique aqui). Ele alega que a culpa disso é por causa dos outros aplicativos que surgiram, entre eles o Tik Tok e também o fato de a Apple ter colocado em seus aparelhos a proteção de dados, ou seja, se o usuário da Apple não quiser que seus dados que coletam informações de interesses do usuário para, dessa forma, enviar para ele somente anúncios personalizados, ele tem essa opção. Eu li essa matéria, clique aqui, dizendo que é um erro um líder atrelar o seu fracasso à concorrência e que se isso aconteceu é porque a empresa não inovou nos seus serviços e confiou em um modelo só.
Agora vamos aos fatos. Somos todos usuários e, se você, como eu, usa as redes sociais Zuckerberg, o que aconteceu nos últimos anos? Com os "Patrocinados", ou seja, você pagando para impulsionar suas publicações, isso parou de ser uma opção para Perfis e Páginas e passou a ser uma obrigação. Nem tudo que você posta é monetizável, nem todos os Stories, nem toda postagem na Página. Os que são impulsionáveis são aqueles que você faz uma trabalho mais voltado para divulgação, mais trabalhado, mais voltado para esse fim específico. E se você não faz, o quê que acontece? Nada de views, meus amores, curtidas, comentários, nada! E o que falam para você? Que suas postagens são desinteressantes, seu conteúdo é ruim, que você está fazendo errado, que você tem que agir a favor dos Analytics... Calma aí, meu camarada, tinha que ao menos estar entregando para os meus seguidores e isso não está acontecendo. Eles fazem você angariar mais seguidores para, simplesmente, entregar menos as publicações. Gente, se vocês forem nas minhas Páginas de Curtir no Facebook, chega a dar tristeza. Não tem curtidas, não tem comentários, compartilhamento nem pensar... (Podem conferir: Página Natacha e Página Nanakt Produções). Sendo que quem está majoritariamente curtindo minhas Páginas são pessoas do meu perfil e se eu posto a mesma postagem no meu perfil, tem curtidas, comentários, compartilhamentos, mas na Página não. E por que não? Ele entrega as postagens? Entrega. Mas para quem ele está entregando? Essa é a pergunta que vale milhões. Se ele entrega, mas entrega para pessoas que tem por hábito não engajar - homens cis hetéros são um excelente exemplo disso -, é claro que eu não vou ter engajamento, agora, se ele entrega para quem engaja, seu engajamento aumenta, dããã. E qual o resultado prático disso? O criador de conteúdo cansa. Isso desanima e desestimula. É muito chato para qualquer um ver suas postagens sem curtida nenhuma, sem comentários, sem nada, depois de tanto trabalho editando imagens e vídeos, isso é chato, pow. E sabe quem está faturando demais com tudo isso? Os marqueteiros digitais. Essa galera, meus amores, essa galera tá faturando uma grana vendendo a solução dos problemas da falta de engajamento do perfil. E a resposta é simples: faça postagens caprichadas, bem feitas, e: MONETIZA! No monets, no gain! A monetização carrega ainda mais um problema: para quem ela está entregando? Que usuários são esses? Ele não te dá uma lista contendo IP, ou qualquer outra informação, sobre quem está recebendo a sua publi, e eu notei, enquanto usuária, que mesmo que eu já tenha engajado com aquele perfil que monetizou, já tenha visto os vídeos, seguido o perfil, eu sigo recebendo aquela postagem, stories patrocinado, ou seja, eles não estão entregando para novos usuários, eles simplesmente entregam para aquele nicho de pessoas para sempre e se a pessoa não engajou, é porque ela não se interessou, correto? Por que ele segue insistindo com aquele usuário? Porque não existe, em lugar nenhum, uma política que exija que um relatório completo de para quem está sendo feita essa entrega e o usuário que monetiza está a mercê da boa vontade do sistema de entrega do Zuckerberg. Aqui no Brasil isso se chama má-fé e vai, inlcusive, contra o Direito do Consumidor. É o equivalente a você contratar uma firma de para entregar panfletos e eles jogarem todos os panfletos em um casa só, ao invés de distribuir pelas casas.
Eu acompanho um canal sobre viver de música e em um dos vídeos o cara fala assim "você tem que monetizar, você está usando o espaço deles, eu não acho errado, você está usando o espaço deles e tem que pagar se quiser ter alcance, se não está satisfeito, cria um Instagram seu." DISCORDO VEEMENTEMENTE. Em primeiro lugar que as redes sociais só existem porque os usuários estão lá. Prova disso: Zuckerberg acabou de perder R$157Bilhões, pela primeira vez mais pessoas deixaram de usar suas redes e menos começaram a usar. Ou seja, as pessoas podem usar por necessidade, mas uma hora o descontentamento bate à porta e as pessoas passam a ir para outros espaços que sejam mais "democráticos", digamos assim, na hora de entregar os conteúdos, tanto que todo muito foi para o Tik Tok, falei sobre isso aqui. Em segundo lugar, que a grande sacada do Google e do Youtube, por exemplo, foi compreender o Criador de Conteúdo como um parceiro. O quê que eu quero dizer com isso? O Google e o Youtube deram ao Criador de Conteúdo a possibilidade de ganhar dinheiro quando geram conteúdo, quando você ganha dinheiro, você também investe dinheiro, e vai investir onde? No Google e no Youtube e você ganha receita e gera receita. Já o Zuckerberg vê a todos nós como empregados e consumidores, o espelho mais bizarro do capitalismo. Eu participo de um grupo no Facebook criado pelo próprio Facebook voltado para os Administradores de grupo, para entrar lá você tem que ser convidado e eu fui uma dessas pessoas porque administro vários grupos e uma moça falou uma verdade: "o Facebook vê a gente como se a gente fosse empregado deles" e quer recibo maior do que ter um grupo do próprio Facebook para instruir os Administradores do grupos para manter a qualidade dos grupos? E é isso mesmo! O Facebook vê a gente como empregado! Para que vejam nossas publicações, tem que publicar todo dia, os Stories e postagens nas páginas a cada duas horas... tá, e que horas do dia eu trabalho? Se eu tenho que ficar criando tudo quanto é tipo de coisa para postar nas redes Zuckerberg? Aqui no blog, eu solto uma postagem por dia e tenho as visualizações... Compartilho nas redes Zuckerberg? Sim. Ajuda? Sim. Com eles finalmente liberando a possibilidade de linkar nos Stories a entrada aqui no blog vindo de lá subiu bastante, mas podia ser mais. Eu estava vendo uma das muitas páginas sobre marketing digital e a menina explicava o que a plataforma Instagram queria de nós e eu respondi: basta eles fazerem as entregas de conteúdo, todo mundo curte e leva curtida, a gente fica feliz, o Zuck fica feliz, todo mundo fica feliz.... Mas a deduzir pela perda do Zuck... acho que tá todo mundo chorando, não é mesmo?
Por fim, minha martelada sobre o que o Zuck fez de errado: ele vê usuário como mercadorias, apenas cifrões, ele não nos vê como pessoas e nos desumanizar tem um preço alto, Zuckerberg. A Cami Ensina, clique aqui para conhecer o perfil dela, disse em uma das suas postagens uma coisa muito importante: "lembre-se são pessoas, não são números" ao se referir à quantidade de seguidores. PERFEITO! Somos pessoas, não números, somos pessoas, não mercadorias, somos parceiros e não criadores de conteúdo explorados até o talo sem receber nada, nem o mínimo, em troca. "Ah, a gente está achando ruim?" Bom, está aí o resultado, estamos sim. "E por que não cria o seu?". Então... quem compreender a insatisfação dos usuários e oferecer algo similar, vai levar todo mundo, parceiro. Ou trata a gente com humanidade, ou nos vê como parceiros e não como empregados-consumidores-mercadoria, ou uma hora a casa cai. Quem criar uma rede ao estilo Google e Youtube, que permite quem QUER ser criador de conteúdo (porque nem todo mundo quer, fato!) ter alcance e receber pelo trabalho que está oferecendo, porque são essas pessoas que mantém outras pessoas no aplicativo, vai ocupar esse espaço com muita tranquilidade, é o que as pessoas querem: fazer e em troca receber. Do grande perfil, ao menor.
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