Natacha Macsan
O assunto que dominou as redes sociais desde segunda-feira foi a infame declaração do apresentador do Flow, Monark, alegando que, em prol da liberdade de expressão, assim como acontece nos EUA, o Brasil deveria permitir a criação de, veja bem, Partidos do que não deve ser nomeado. Não, não estou falando do Voldmort, personagem do livro Harry Potter, estou falando da pior manifestação política que esse mundo já viu, que desencadeou uma guerra em escala mundial e que não vou citar o nome aqui porque a situação é tão séria que os algoritmos podem acusar meu conteúdo como impróprio. Junto do debate, na defesa do direito à liberdade de expressão, estava o deputado estadual Kim Kataguiri, advindo do MBL, e a deputada federal Tábata Amaral, única sensata no debate que se opôs veementemente ao discurso proferido pelos dois que alegavam que "dessa forma pode se combater melhor o mal".
A repercussão foi forte. O Flow é o podcast mais ouvido do Brasil e é inadmissível que figuras públicas e políticas ecoem tal tipo de posicionamento em prol da liberdade de expressão se espelhando no mal exemplo dos Estados Unidos. Os anunciantes a patrocinadores se desligaram do programa, óbvio, Monark informou seu afastamento e ontem, o apresentador Adrilles, novamente, faz uma defesa do tal Partido e ao final faz um sinal jocoso de saudação ao estilo 2ª Guerra Mundial. O que aconteceu? Amanheceu demitido. Essa manhã, pontua-se, o PGR, Augusto Aras, abriu processo de apuração para investigar o caso do apresentador e do deputado, como o caso do Adrilles foi ontem, ainda não se sabe como vai correr o caso dele.
E o que esses casos tem a ver com a lacrosfera? Porque os bonitos, donos da razão, atribuem o estardalhaço à lacrosfera que está inventando, aumentando, distorcendo o que eles fizeram. Pera lá um pouquinho, quem quis lacrar foram eles. Sempre apelando para o limite do ético. Quem quer andar no na beirada do abismo uma hora tomba e o tombo veio. E agora a culpa é da lacrosfera? Intrigante que essa galera sempre diga que a culpa é dos outros, não é mesmo?
O grande lance é que isso é sintomático. A culpa é dos outros, os outros são vitimistas, os outros estão silenciando, os outros estão cheios de mimimi, não pode falar mais nada.... Pode falar, só não pode fazer apologia à coisas escusas. Ou se vê por aí alguém fazendo livremente apologia ao Tráfico de Drogas, Tráfico de Órgãos, Terrorismo entre outros? Não, né? Por que que nesse assunto nós temos que pregar liberdade de expressão? Saca?
E qual é o meu ponto? É a infantilização da pessoa adulta que não quer se responsabilizar nem ser responsabilizada pelas suas escolhas, atitudes e condutas. Cada escolha, uma consequência, irmão, e quem vai carregar esse fardo tem e só pode ser você. Não é ato falho a partir do momento que você está sempre querendo que a sua opinião sempre gere uma polêmica para você pagar de anti sistema, diferentão, pensador fora da caixa. Isso é fruto da sua arrogância, da sua escolha em querer ser ignorante, da sua escolha em querer "causar". A lacrosfera foram eles. A reação dos demais foi a mínima diante do absurdo. Ninguém tentou lacrar, as pessoas falaram o óbvio diante do inaceitável.
E veja bem, essa reação, perda de apoiadores, empregos e até o pedido de que o deputado renuncie, tudo isso, esses caras podem refazer e reconquistar, arcando com as consequências das escolhas deles.
Teve gente que não teve escolha e não teve nenhuma chance. Foram culpadas apenas por existir. Torturadas, humilhadas, vendo as pessoas que amam serem mortas e esperando a sua vez.
Então, é! Existe um abismo sobre o que essas pessoas sofreram e o que os polêmicos de plantão fizeram: alguns não estiveram mais lá para contar a história e quem estava preferia não estar.
Todo meu pesar às vítimas do Holocausto. Que isso nunca venha a se perpetuar na história da humanidade e que as consequências de quem prega e deseja essas aberrações venham. É o mínimo que se pode fazer para respeitar a memória das vítimas dessa tamanha tragédia.
Comentários
Postar um comentário